Além de ter como primeira intenção a criação de uma experiência gastronômica equilibrada e agradável, combinando sabores um do outro, a harmonização de vinhos é um processo delicado de assentar pratos de comida, especialmente os de sobremesa, com o vinho perfeito para ajudar a elevar a experiência gastronômica.

Segundo especialistas, a harmonização de sobremesas e vinho tem sido uma técnica de combinar sabores complementares com o objetivo de aumentar o prazer de cada ingrediente.

É uma experiência envolvente, emocionante e deliciosa!

É fato que qualquer paladar exigente conhece a felicidade olfativa de uma harmonização bem-sucedida de vinho e sobremesa.

O realce maravilhoso entre o efeito profundo que um prato pode ter no sabor de um vinho e vice-versa.

Contudo, é preciso tomar cuidado para não criar um desalinho ao fazer essa junção.

Por isso, neste post, a preocupação é esclarecer como pode ser feito esse arranjo, de maneira a fazer você, nosso leitor, a entender os fundamentos do sabor, do cheiro e da harmonização.

Conheça aqui a ciência que existe por trás da harmonização de sobremesa e vinho.

Quais são as razões por trás de uma combinação harmoniosa?

É preciso levar em conta o gosto específico de cada pessoa, bem como a tradição histórica de harmonizar vinho com sobremesa e comida – que se estende por culturas ao longo do tempo.

As harmonizações comuns que se conhece hoje podem ser atribuídas à comida e aos vinhos produzidos nas mesmas regiões.

A título de exemplificação, a combinação de vinhos de Bordeaux e cordeiro, já que a cidade de Bordeaux é bem conhecida por seu cordeiro.

Collection Signature Bordeaux 2020
Maison Ginestet – Bordeaux – França
Valor de referência: R$ 169,92

Histórica e particularmente na Itália, o vinho sempre foi consumido com as refeições.

Em parte porque era mais limpo e seguro do que a água potável da região na época.

Países como França e, novamente, Itália são conhecidos por sempre beber vinho com as refeições, um conceito que só foi introduzido em outros lugares bem mais tarde.

Assim, a exploração de como comida e vinho poderiam se complementar decolou.
 
 Seguindo outra sugestão da Europa, muitos restaurantes de países mundo afora começaram a contratar sommeliers para recomendar harmonizações de vinho para pratos específicos.

  Destaque

De acordo com a Associação Brasileira de Enologia – ABE, a enologia trata-se de uma ciência que pesquisa todos os aspectos relativos ao vinho, ou seja, do plantio, a escolha do solo, passando pela vindima, produção, envelhecimento, engarrafamento.
 
Desse modo, o indivíduo que possui todo esse conhecimento é um especialista em enologia.
 
A importância desse profissional se inicia no seu desempenho na indústria, até chegar aos aspectos relacionados com o produto final, tais como
 
Já o é enófilo é o apreciador e estudioso de vinhos. É o indivíduo que se dedica profissionalmente ou por prazer a estudar o mundo dos vinhos.
 
Nesse mesmo diapasão, o Sommelier é o profissional especialista em vinhos.
 
O Sommelier atua em restaurantes e lojas de vinhos, elaborando carta de vinhos, orientando os clientes a respeito da melhor escolha para acompanhar os alimentos escolhidos, além de cuidar da compra, armazenamento e rotação de adegas. (https://www.enologia.org.br/
  • vinificação
  • estabilização
  • envelhecimento
  • engarrafamento
  • controle de qualidade
  • análise química
  • análise sensorial dos vinhos, dentre outros

Já o é enófilo é o apreciador e estudioso de vinhos. É o indivíduo que se dedica profissionalmente ou por prazer a estudar o mundo dos vinhos.

Nesse mesmo diapasão, o Sommelier é o profissional especialista em vinhos.

O Sommelier atua em restaurantes e lojas de vinhos, elaborando carta de vinhos, orientando os clientes a respeito da melhor escolha para acompanhar os alimentos escolhidos, além de cuidar da compra, armazenamento e rotação de adegas. (https://www.enologia.org.br/

Embora já se ouviu falar repetidamente que vinho branco combina com peixe, ou que carne vermelha deve ser combinada com um tinto encorpado, a verdade não é tão simples.

Na verdade, para alguns enófilos nenhuma dessas afirmações é tratada como correta.

Muitos enófilos investiram tempo no estudo de harmonizações de vinho e comida, resultando em algumas conclusões importantes, principalmente que é hora de acabar com as velhas tradições e “regras”.

De acordo com o especialista Eric Ripert, chef francês do restaurante Le Bernardin, em New York dissipa mitos comuns sobre vinho, como vinho branco e peixe sendo um par inseparável.

Ripert argumenta que não há razão para que um vinho tinto não possa ser combinado com peixe e, acrescenta, vinhos de Bordeaux podem ser combinados com qualquer coisa.

Uma vez que tudo é tão subjetivo, como é possível fazer a escolha certa ao harmonizar comida e vinho?

Embora o gosto e a preferência pessoal sejam fatores determinantes, há algumas razões científicas pelas quais um vinho pode intensificar ou prejudicar a experiência de uma refeição.

Os principais fatores na harmonização de vinhos e alimentos podem estar relacionados aos

  • taninos
  • açúcar
  • ácidos
  • carvalho e
  • teor alcoólico dos vinhos

Além desses quatro fatores principais, cada vinho é associado a um aroma pelo qual se deve saborear, como

  • herbal
  • frutado ou terroso

Os alimentos, por outro lado, têm sete sabores básicos classificados pelos cientistas:

  • doce
  • salgado
  • amargo
  • adstringente
  • azedo
  • picante
  • umami

Ainda que sejam mais subjetivos do que os componentes básicos do vinho e da comida, os especialistas são unânimes em dizer que à maneira como os aromas do vinho interagem com os sabores de um prato afetam tanto a comida quanto o vinho.

Segundo Natalie McLean, especialista em vinhos no The Social da CTV, o maior programa de televisão diurno do Canadá; CTV News; e no Morning Show da Global Television, o vinho verde e comidas verdes, como verduras por exemplo, andam juntos – como um Sauvignon Blanc da Nova Zelândia e uma salada servida com vinagrete.

O Sauvignon Blanc tem acidez suficiente para “resistir” ao vinagrete, além de um aroma herbal que é complementar.

Vinho Cloudy Bay Sauvignon Blanc 750 ml

Valor de referência: Por: R$ 252,75

O vinho Cloudy Bay Sauvignon Blanc 750 ml é produzido em Marlborough, no extremo norte da ilha do sul da Nova Zelândia.

É uma bebida livre de drenagem, com solos ricos em nutrientes clima marítimo e horas de luz solar a região de Marlborough que é única pelo seu terroir ideal para a vinificação.

Nesse sentido, entender o perfil de sabor de um prato, os aromas e componentes de um vinho é o melhor para que se possa tomar uma boa decisão sobre o que harmonizar.

A acidez nos vinhos pode resultar numa perspectiva tanto sensorial quanto científica.

De modo geral, a acidez nos vinhos é uma das características mais marcante e importante na experiência de degustação.

A acidez é responsável pelo frescor e vivacidade que se sente ao provar um vinho.

Nesse sentido, ela contribui diretamente para seu equilíbrio, longevidade e qualidade geral.

Ademais, a acidez nos vinhos vem, principalmente, dos ácidos naturais existentes nas uvas e dos que se formam durante a fermentação.

Isso posto, fica demonstrado que a composição desses ácidos e os níveis de acidez de um vinho dependem de diversos fatores, tais como

  • variedade da uva
  • clima da região de cultivo
  • solo
  • técnicas de vinificação

Em resumo: é a combinação de cada um desses elementos que irá contribuir para a complexidade e diversidade de estilos de vinhos que se encontra ao redor do mundo.

Vale dizer que em regiões de vinícolas frias as uvas amadurecem lentamente.

Isso resulta em níveis de acidez mais altos e, assim, vinhos com uma sensação de frescor mais pronunciada.

Ou seja, a ocorrência de temperaturas mais baixas adia, por assim dizer, a degradação dos ácidos durante o amadurecimento.

Em contrapartida, em climas quentes, a maturação é mais rápida, o que resulta níveis mais baixos de acidez e, consequentemente, uma maior concentração de açúcares.

Será este equilíbrio – açúcar e acidez – necessários à produção de vinhos harmoniosos.

Acidez e Taninos são elementos importantes na estrutura do vinho. Contudo, suas origens são distintas, além de funções e percepções bem diferentes.

A acidez nos vinhos vem dos ácidos naturais das uvas e daqueles que se formam durante a fermentação.

Enquanto os taninos são compostos fenólicos presentes nas cascas, as sementes, engaços de uvas e até as barricas de carvalho, são usadas no envelhecimento do vinho.

Enquanto a acidez tem relação com o frescor que percebemos na salivação e na vivacidade dos vinhos, os taninos são responsáveis pela sensação de adstringência na boca, causando aquela sensação de secura ou “travamento” na língua e nas gengivas.

Juntos, esses dois elementos contribuem para a estrutura e capacidade de envelhecimento dos vinhos, especialmente nos tintos.

Essas diferenças ficam mais claras ao compará-los aos vinhos brancos.

Em um branco, como um Riesling, a acidez é predominante, enquanto em tintos encorpados, como um Cabernet Sauvignon, os taninos proporcionam uma sensação mais seca em boca.

Vinho Almadén Riesling

Valor de referência: R$35,80

Vinho Tinto Chileno Concha Y Toro Reservado Cabernet Sauvignon 750 ml

Valor de referência: R$ 33,90

Construir de maneira harmoniosa a acidez dos vinhos e doces é um elemento indispensável.

Em relação à comida, a acidez ajuda a cortar a gordura e a riqueza dos alimentos, e dessa forma, limpando o paladar entre as mordidas.

Já para a sobremesa, a acidez equilibra o açúcar residual, resultando em vinhos agradáveis e bastante versáteis em harmonizações com sobremesas ou receitas picantes.

Em relação a influência na percepção do sabor doce, mas com acidez, como um Moscato d’Asti, não fica enjoativo e irá manter o equilíbrio e o frescor.

O Moscato d’Asti é um vinho delicado e perfumado, com baixo teor alcoólico. Seu sabor adocicado com notas de frutas cristalizadas e toque de sálvia darão um muito refrescante.

Perfeito para acompanhar sobremesas como bolo de frutas, mil folhas com creme de baunilha, e frutas frescas.

Vinho Moscato D’Asti Dosman DOCG Bonfante & Chiarle 2020 Branco Itália 750ml

Valor de referência: R$ 101,00

A harmonização de sobremesas e vinhos é, sem dúvida, uma experiência maravilhosa.

Contudo, há de se tomar alguns cuidados para que o final do jantar ou do almoço seja mais encantador ainda.

Há de se levar em conta que os vinhos de sobremesa são produzidos a partir de diferentes técnicas.

Conheça-as:

  1. Fortificação

É quando o processo de fermentação da uva é interrompido com a adição de álcool vínico, no qual o suco atinge um determinado grau alcoólico matando as leveduras e, assim, fazendo com que reste açúcar natural residual

Vinho Justino’s Madeira 3 Anos Seco – Vinho Madeira – Portugal – Seco

Valor de referência: R$ 112,90

2. Colheita tardia

Quando as uvas usadas na produção deste tipo de vinho só são colhidas do pé já bastante maduras e quase passadas, perdendo assim líquido e concentrando açúcar e acidez.

Podem ser brancos ou tintos, e a sua principal característica é a relação de equilíbrio entre doçura e frescor.

Vinho Aurora Colheita Tardia Tinto Suave

Valor de referência para o tinto e para o branco: R$49,90

3. Podridão nobre

Quando a produção é feita a partir de um fenômeno natural, como condições climáticas, o fungo Botrytis Cinerea, também chamado de “podridão cinzenta” ou “podridão nobre” causa danos em diversas plantas, incluindo flores, frutos e folhas, porque perfura as cascas mantendo a polpa intacta, reduzindo a quantidade de água contida nas uvas, o que aumenta os níveis de acidez, açúcar, viscosidade e sabor.

Sauternes, origem francesa

Tokaji, origem Húngara.

Valores de referência: entre R$450,00 a 2.200,00

4. Passificação

As uvas são colhidas na fase de maturação comum e são deixadas para secarem em galpões, levando-as à desidratação progressiva, concentrando assim seus açúcares naturais.

Esse processo é mais comum na Itália, e são denominados vinhos Passito.

Vinho Passito Italiano Stellato Santa Giustina 500 750ml

Valor de referência: R$373,00

5. Congelamento

As uvas maduras se congelam ainda no pé em consequência de quedas de neve e geadas, por isso, a água contida nelas solidifica e, quando as uvas são esmagadas, os cristais congelados são naturalmente separados dos outros componentes, deixando assim um mosto mais concentrado e rico em açúcares.

Nesse caso, os vinhos são raros e elaborados em quantidades limitadíssimas, somente em regiões muito frias.

Não é segredo que vinhos fazem combinação perfeita com as sobremesas.

O ideal é fazer a seleção adequada para tudo combinar, de maneira que a boa harmonização irá realçar os sabores tanto do vinho quanto da iguaria.

Contudo, há de se levar em conta uma regra geral: ao selecionar um vinho para harmonizar com sobremesa, deve haver a junção de sabores semelhantes.

Isto é, combinar sabores e notas é a chave para que a união entre doces e vinhos alcance um paladar delicioso.

Para escolher o vinho certo e conjugá-lo  à sobremesa, é preciso criar algumas variedades como,

  • Riesling
  • Merlot
  • Pinot Noir
  • Moscato
  • Cabernet
  • Syrah

São ótimas escolhas, assim como muitas misturas.

Uma coisa a ser notada, no entanto, é estar atento à cor do vinho em relação à sobremesa.

Uma dica é não oferecer vinhos que são significativamente mais claros ou mais escuros do que o prato.

Outra coisa é observar as notas de sabor nos vinhos os quais devem ser considerados.

Se algum dos sabores nas notas de degustação do vinho combinar com os sabores das sobremesas, por exemplo, a chances de acertar são grandes.

Algumas uniões perfeitas:

  • sabores tropicais, encontrados em vinho branco, combinam com sobremesas tropicais
  • notas de sabor de café ou chocolate encontradas em vinhos tintos escuros combinam com sobremesas de chocolate amargo
  • Brownies, e bolo de chocolate: vinho tinto combina muito com chocolate, especialmente se for um vinho tinto escuro
  • Já o Bolo de Baunilha combina perfeitamente com Moscato de Laranja
  • A doçura e a leveza do Bolo de Baunilha têm uma simplicidade que combina com o Moscato, um vinho branco cheio de sabor com notas doces de mel e laranja que fazem a combinação perfeita.

Outras harmonizações

1. Sauvignon Blanc, de colheita tardia e Cheesecake

Complexo, completo e multicamadas, o Late Harvest Sauvignon Blanc tem frutas tropicais maduras, frutas secas picantes e sabores ricos de mel e frutas cítricas.

Esses sabores realçam a qualidade saborosa do Cream Cheese e do Cheesecake sobre a doçura da sobremesa.

Vinho Branco Vistamar Late Harvest Sauvignon Blanc 375ml

Valor de referência: R$119,90

2. Vinho Côtes du Rhône para Brownies

Petits Galets Côtes du Rhône – Vale do Rhône

Valor de referência: R$94,90

3. O incrível Riesling com Bolo de limão

Uma sobremesa sutil e encantadora, com o elegante, seco, mineral e irresistível Riesling da Alsácia.

Vin D’alsace Riesling

Valor de referência: R$ 170,00

4. Vinho do Porto para Trufas de Chocolate

A doçura e a complexidade do Porto realçam a riqueza das trufas.

Vinho Do Porto Ceremony Ruby 750ml

Valor de referência: R$ 67,23

5. Que tal unir sorvete e vinho?

Para isso, é essencial que o vinho seja alto em açúcar, para que sorvete e bebida se conjuguem ao paladar.

Haut de Valent Chardonnay Francês Vinho Branco 750ml

Valor de referência: R$ 69,80

6. Salada de frutas com o eterno português Mateus

A escolha da sobremesa pode até ser simples para um país tropical como o Brasil, no entanto, a combinação com a acidez e o frescor do Vinho Rosé é perfeita.

Vinho Mateus Rosé 750ml – Portugal

Valor de referência: R$ 57,50 

7. Vinho e café – quem não ama?

Ao final da refeição, servir uma sobremesa que conta com café em sua composição, como o Tiramisù por exemplo, é importante harmonizar vinhos que também possuem esse sabor.

Resultando assim numa combinação perfeita entre dois sabores parecidos.

Como é o caso do Marsala.

Vinho Licoroso Cantine Pellegrino D.O.C. Marsala 750 mL

Valor de referência: R$99,00

A harmonização de vinhos e sobremesas são inerentemente subjetivas.

Isso quer dizer que é possível determinada pessoa encontrar uma combinação perfeita e outra não.

As preferências pessoais são fundamentais nesses momentos.

Embora existam diretrizes gerais, no final das contas, a melhor harmonização é a individual.

Aqui seguem algumas características que envolvem a subjetividade no momento de criar uma harmonização vinho.

1. Gosto pessoal

O paladar de cada um é único, e o que uma pessoa acha agradável, outra pode não achar.

Não há “certo” ou “errado”.

Desse modo, não há regras definitivas, de forma que não há necessidade de seguir diretrizes específicas de harmonização.

2. Experimentação

A beleza da harmonização de vinho e sobremesa está justamente em explorar diferentes combinações e encontrar o que funciona melhor para cada pessoa.

3. Diretrizes gerais

Embora subjetivas, algumas diretrizes gerais podem ajudar a orientar escolhas individuais, como

  • Combinação congruente: combinar sabores semelhantes (por exemplo, vinho doce com sobremesa doce).
  • Combinação contrastante: combinar sabores que se complementam (por exemplo, vinho ácido com comida rica).
  • Intensidade correspondente: harmonizar vinhos mais leves com pratos mais leves, e vinhos mais ousados ​​com pratos mais ricos.
  • Sabores equilibrados: considerar acidez, doçura, corpo e taninos tanto no vinho quanto na comida.

4. Compromisso com o prazer

Se o compromisso é ter uma experiência gastronômica agradável e prazerosa, não existe receio, certo ou errado.

É só criar a experimentação e confiar no próprio paladar.

Ademais, uma simples taça de vinho pode ser um deleite gustativo por si só.

As texturas e sabores em uma boa garrafa de vinho adicionarão um pouco de elegância a um aperitivo em qualquer hora do dia.  

O vinho sozinho já é ótimo, mas pode transcender ao “ótimo” e chegar ao verdadeiramente fantástico, no momento em que combiná-los com as sobremesas de doçura certa.

A interação entre sobremesas e vinho cria uma nuance textural no paladar.

Em outras palavras, a beleza da gastronomia está em recriar uma característica ou qualidade que está relacionada à densidade e ao paladar.

O que é mais interessante neste universo da degustação e combinação é compreender o que faz uma junção ser deliciosa e funcionar.

Há duas formas de fazer isso:

  • complementar o vinho com o contraste da comida
  • para comparar ou contrastar é preciso certa habilidade e um pouco de experiência.

Outro ponto interessante é tomar sabores doces e picantes como exemplo de contraste.

Por exemplo, uma sobremesa inusitada com chocolate amargo polvilhada com flocos de pimenta pode criar um casamento com sabor mais complexo, ao contrário de adicionar mais cacau, como é feito comumente.

Da mesma forma, pode ocorrer uma verdadeira harmonização de vinho, ao servir um prato picante acompanhado por um vinho doce.

Nesses dois casos, os sabores se contrastam e adicionam complexidade à receita.

Por isso que, nesse sentido, dominar a harmonização é entender quais elementos a comida e o vinho têm em comum ou não.

Vale acrescentar que, à medida que se aprende, é preciso também, levar em consideração e se concentrar bastante no estilo do vinho.

Observe:

Com alimentos saborosos, os vinhos leves, com menor teor alcoólico ou com menor concentração de taninos e acidez moderada, combinam com sabores sutis e refrescantes, especialmente os vinhos de uvas Pinot Noir, Gamay, Merlot, Sangiovese.

Por outro lado, vinhos encorpados, com maior teor alcoólico e maior concentração de taninos e com sabores marcantes, complexos e textura densa como os de uvas Cabernet Sauvignon, Malbec, Tannat, Syrah, Tempranillo, Touriga Nacional, acrescentam identidade ao prato.

No entanto, as sobremesas têm seu próprio conjunto de regras que atuarão como um atalho para harmonizações perfeitas.

Convém dizer que se tratam de regras que convidam a uma harmonização saborosa.

Grandes harmonizações de vinho são uma forma de arte, e ninguém nasce sabendo exatamente o que combina com o quê.

Isso posto, a melhor maneira de aprender é por tentativa e erro.

A bem da verdade, há algumas harmonizações mais complexas do que outras, especialmente em relação às regras básicas de harmonização.

Por isso é tão importante tratar do equilíbrio dos sabores doces de sobremesas deliciosas com o vinho certo.

Após combinações maravilhosas, as pessoas vão gostar de compartilhá-las com todos os amigos.

Qual é o melhor vinho para servir com chocolate?

O chocolate pode ser um parceiro surpreendentemente difícil de combinar, mas fica um pouco mais fácil quando se divide a combinação por tipo de chocolate.

Chocolate amargo

O amargor do chocolate amargo deve ser compensado por um vinho fortificado mais doce.

O chocolate fica deslumbrante com um Porto Vintage ou um conhaque.

Quinta do Noval Vintage Port 2021

Os valares variam entre R$96,00 a R$949,00

Chocolate ao leite

Para sabores de chocolate ao leite, inclusive para Bolo de Chocolate, a indicação é para o Xerez Amontillado ou um Porto Tawny.

Ambos os vinhos apresentam uma gama de notas que se equilibram lindamente com a riqueza do chocolate em um bolo ou barra de chocolate ao leite.

Para uma deliciosa sobremesa, como Mousse de Chocolate, seria formidável um Champanhe Rosé.

Isso porque os sabores levemente frutados e as bolhas acentuam a leveza da sobremesa.

Salton Espumante Brut Rose 750 Ml

Valor de referência: R$ 40,00

Chocolate Branco

O chocolate branco tem um sabor muito único e doce.

Para fazer frente à sua imensa doçura, um Riesling Beerenauslese doce é perfeito, mas alguns pratos de chocolate branco são também perfeitos com um Sauvignon Blanc.

Sauvignon Blanc 2023

Valor de referência: R$ 89,90

Em caso de dúvida

É preciso lembrar que, geralmente, o vinho local combina com a comida local.

E essa tradição já se faz há muito tempo por um motivo apenas: as combinações evoluíram ao longo de muitos anos e formaram um vínculo, em razão do gosto bom para as pessoas que vivem em cada região.

Viajantes que percorrem mundo afora já perceberam que há uma incrível relação.

Observe esses dois exemplos:

1. Marisco e Albarino:

Trata-se de uma e experiência refrescante e é inconfundível em cada gole.

Albariño oferece aos enófilos mais exigentes uma harmonia com frutos do mar frescos ou como acompanhamento de momentos descontraídos.

É certo que as cores e aromas do vinho também seduzem por demais.

 Ao contemplar um copo de Albariño, é impossível não se encantar com suas cores luminosas e aromas sedutores.

Desde já, cada gole revela a complexidade e elegância que fazem desta uva –  uma protagonista em vinhos brancos de destaque.

O Albariño é um vinho chileno do Valle de Colchagua – região vitivinícola no Chile, considerada a mais prestigiada da América do Sul.

Fica no centro do país e está cerca de 150 km de Santiago.

2. Ostras e champanhe:

Essa perfeita combinação se faz primeiro porque alguns produtos químicos presentes, tanto no champanhe quanto nas ostras, combinam para criar um efeito conjunto que realça o sabor.

Outro fato importante é que, as ostras, que são alimentos suculentos, trazem o estímulo da salivação.

Já o champanhe, com suas bolhas, contribui bastante para este processo, limpando o paladar e permitindo que se aprecie ainda mais o sabor destas.

Segue uma pequena lista com sugestões de vinhos que foram recentemente avaliados para harmonizar com chocolate, doces e sobremesas.

  • Zinfandel: essas uvas, quando usas exclusivamente para harmonizar-se com sobremesas que contenham frutas vermelhas como morango, cereja, ameixa, e também com chocolates, devido à sua complexidade e notas frutadas, ficam perfeitas.
  • Cabernet Sauvignon: com esse vinho, a escolha por doces como chocolate amargo, mousse ou bolo, ou até mesmo sobremesas com nozes e frutas secas, combinam bem com a estrutura e os taninos do vinho.
  • Grenache: os vinhos feitos com a uva Grenache são frequentemente descritos como aromáticos e exuberantes, com notas de frutas vermelhas como morango e framboesa, além de especiarias, ervas secas e ocasionalmente toques de alcaçuz.

Outros bons vinhos de sobremesa são:

  • Sauternes, da França
  • Tokaji, da Hungria
  • Moscatel de Setúbal, de Portugal
  • Banyuls, da França.

Verifica-se que a harmonização de um bom vinho com sobremesa pode ficar cada mais fácil, à medida que há uma compreensão do estilo e sabor dos vinhos, bem como os tipos e sabores das sobremesas.

Neste post, procuramos enfatizar, inicialmente, a apresentação dos principais elementos, tão necessários à combinação, como a identificação do estilo de vinho que melhor se harmoniza com cada prato.

Buscamos também apresentar alguns exemplos de harmonizações.

Para tanto, extraímos, da nossa pesquisa, o que se evidencia na literatura, e levamos em conta experiências gastronômicas de grandes chefes.

Não podemos nos ocultar e dizer sinceramente que, no processo de reunião das harmonizações, foi impossível não fazer prevalecer, modestamente, as nossas harmonizações preferidas.

Desejamos que cada um de nossos leitores fique feliz com nossas dicas e que possam, de agora em diante, não hesitar e degustar um bom rótulo e uma boa sobremesa.

Bom apetite!

Buon apetito!

Bon appétit!

¡Buen provecho!

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